fotografia: Jomar Bragança

Categoria: bares e restaurantes
Cliente: Cozinha Santo Antônio
Ano: 2019-2020
Local: Belo Horizonte – MG
Área: 108m²

Quando iniciamos um projeto a primeira coisa que procuramos fazer é conhecer o espaço. De várias formas: dimensão, forma, legislação urbana, restrições de uso etc. Mas também procuramos “escutar” o que o espaço tem a nos dizer. Aproximar. Conhecer com o corpo. Na Cozinha Santo Antônio o imóvel já nos dizia muita coisa. Uma edificação dos anos 40, de uso misto, bem típica de Belo Horizonte. A forma da loja já indicava os fluxos de circulação, de acesso aos espaços. E ao perceber que as paredes podiam contar histórias interessantes resolvemos descascá-las para que pudessem nos revelar as memórias escondidas nas camadas de tinta. O piso estava revestido com uma cerâmica branca muito fina e insinuava a possibilidade de um outro piso existir por baixo. Ao retirar uma parte dessa cerâmica percebemos que era possível aproveitar o piso de ladrilho hidráulico da camada inferior.
O programa do projeto incluía uma cozinha aparente, para que os clientes pudessem acompanhar o preparo da comida. Nesse espaço o cuidado com os revestimentos era importante e definimos, como revestimento das paredes, um azulejo 15×15 rosa bisotado e todas as bancadas em inox. Uma grande estante metálica pendurada no teto funciona como divisor desse espaço e também como apoio ao bar e cozinha.
Todo o mobiliário foi adquirido em lojas de móveis usados e topa-tudo. Cada cadeira é diferente da outra mas conservam um estilo em comum. Armários foram adaptados a novos usos. A mesa coletiva em madeira de demolição podia abrigar até 10 pessoas. Hoje estamos estudando uma nova possibilidade de layout para acolher as pessoas, com a distância necessária em tempos de pandemia e ocupar uma porção externa ao restaurante, junto ao passeio.